Os adolescentes apresentam uma mudança hormonal
significativa. Quando entra uma droga no seu corpo é como se fosse
um laboratoriozinho: parece explodir. Assim, mais ou menos, acontece com
os jovens quando ingerem drogas, numa fase de muita mudança
química no corpo.
Cada droga em particular tem efeitos próprios, mas podemos
sistematizar alguns efeitos gerais:
Alterações do sistema nervoso central;
Alterações sexuais - as drogas produzem
exarcebações do libido ou o contrário;
Desequilíbrio orgânico - o uso de drogas afeta todas
as partes do organismo. Promove alterações
respiratórias e circulatórias. O viciado com o tempo
adquire aspecto próprio tornando-se pálido, com os olhos
esbugalhados e sinais de envelhecimento precoce;
Convulsão e desagregação mental - no
início o adolescente experimenta excitação da
memória e aclaramento de idéias e isso o anima a continuar.
Mais tarde aparece apatia psíquica, embotamento, idiotice e
psicoses.
Além do que já foi citado, a droga gera uma
problemática social; o viciado torna-se desajustado socialmente.
Ainda pode levar o dependente a sérios problemas com os
traficantes e com as autoridades policiais e judiciais.
Mundialmente, as drogas estão classificadas em dois grupos:
as lícitas (legais) e as ilícitas (ilegais). Erradamente,
quando se fala em drogas, a maioria das pessoas só pensa nas
ilícitas, como a maconha e a cocaína. Nunca nas
lícitas: tabaco, álcool e remédios.
Segundo o vice-presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes do
Rio de Janeiro (CONEN), Sr. Aurélio Santo Sé, existe uma
geopolítica das drogas, onde as ilícitas têm o seu
poder econômico, ou seja, são produzidas nos países
do 3º Mundo e as lícitas, nos países do 1º Mundo.
Sendo o Brasil um país de 3º Mundo, é, portanto,
produtor de drogas ilícitas e, por isto, estão previstas na
Constituição leis que têm como objetivo evitar o
consumo das mesmas.
Por quê o adolescente se envolve com as drogas? Por quê
um jovem de apenas 14 ou 15 anos começa a trilhar o caminho da
toxicomania?
Além dos motivos citados na introdução do
trabalho, há, no caso do uso de drogas, um fator muito importante
que é a fuga da realidade. O jovem quando vira adolescente se
decepciona, pois nada é como ele pensava, então decide
entrar no mundo do tóxico. Viver no mundo real não lhe
interessa mais. A irrealidade é seu universo, onde tudo é
mais colorido e onde se acha respostas para todos os problemas.
Inquéritos feitos entre jovens mostram que, em sua maioria,
foram levados a primeira experiência com tóxicos por
curiosidade. Ressaltam também o papel dos amigos que influenciam
no consumo das drogas.
"A informação que a televisão, os pais e os
educadores passam é de que a droga mata, é uma coisa
horrível, deixa dependente. Mas já o amigo do clube, da
escola, do condomínio diz que não é nada disso, que
é bom e dá segurança. Então o jovem fica
curioso, com dúvidas, e resolve experimentar. No dia seguinte, ele
vê que não morreu e nem ficou dependente e passa a acreditar
no amigo, lógico. Aí mora o perigo... O jovem passa a
procurar nas drogas aquilo que não existe. O uso constante
poderá torná-lo doente, dependente de doses cada vez
maiores e de drogas mais fortes. Isto pode levá-lo até ao
suicídio.
Parece que, hoje em dia, as pessoas não têm
noção de que as drogas fazem mal e que não é
bom usá-las. O jovem precisa de uma cervejinha para bater papo,
fumar um "baseado" para ver um show... Ele está sem
noção da cobrança que vai vir mais tarde, em
função deste uso de drogas." - depoimento de Aurélio
Santo Sé (CONEN)
Tomar uma droga é um substituto para a
satisfação que uma atividade bem sucedida traz. Uma visita
a qualquer rua à noite, mostra rapidamente que a droga é
freqüentemente o "prêmio consolação" para muitos
jovens insatisfeitos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera
como mais propensa ao uso das drogas o adolescente:
sem adequadas informações sobre o efeito das drogas;
com saúde deficiente;
insatisfeito com sua qualidade de vida;
com personalidade deficientemente integrada;
com fácil acesso às drogas.
Em contrapartida, o adolescente com menor possibilidade de utilizar
drogas seria aquele:
bem informado;
com boa saúde;
com qualidade de vida satisfatória;
bem integrado na família e na sociedade;
com difícil acesso às drogas.
Observamos no filme Defensores da Terra em a Batalha Contra as
Drogas, que, de uma maneira geral:
1º - O usuário pode ter tremores, perda de memória,
alucinações, sentimentos extremos (sentir-se muito genial
ou deprimir-se), muita distração;
2º - No início, ele acha que as drogas não lhe
farão mal;
3º - O adolescente passa a ter problemas na escola,torna-se confuso e
tem dificuldades de aceitar ajuda.
Curitiba é a capital brasileira que, nos últimos
três anos, apresentou maior crescimento no consumo de drogas entre
os jovens. Atualmente, 20% dos curitibanos que têm entre 12 e 25
anos utilizam algum tipo de entorpecente. A avaliação
é do CONEN, órgão vinculado à Secretaria de
Estado da Justiça e Cidadania.
O secretário executivo do CONEN, Olien Zetola, explica que
hoje a segmentação existente no consumo criou uma droga
característica para cada camada social. Para Zetola, a
solução desse problema passa pela organização
da sociedade, participando de um processo de prevenção pela
educação. "O que contribui para o aumento de consumo em
Curitiba é a situação geográfica; a constante
chegada de imigrantes, atraídos pela imagem de "Primeiro Mundo" e
trazendo consigo novas drogas; e o fácil acesso que os jovens
têm aos traficantes."
Segundo o médico psicanalista Géo Marques Filho,
diretor da Clínica Porto Seguro, o uso de entorpecentes ou de
algum tipo de subterfúgio para evitar a dor mental, sempre esteve
presente na sociedade. "Hoje, a questão das drogas tem sido
colocada em maior relevo, em parte pela maior consciência sobre a
questão e em parte pela maior difusão e uso abusivo."
No folheto do Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas (CEBRID), está escrito que as drogas psicotrópicas,
isto é, que atuam sobre o cérebro alterando de alguma
maneira o nosso psiquismo, podem ser classificadas em três grupos,
de acordo com a atividade que exercem junto ao nosso cérebro:
Psicolépticos ou depressores da atividade do Sistema Nervoso
Central
São drogas que diminuem a atividade mental. Induzem
tranqüilização e sedação combatendo a
tensão emocional e os estados de angústia. Podem ser
neurolípticos e sedativos.
álcool;
soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono),
barbitúricos, alguns bensoazepínicos;
ansiolíticos (acalmam, inibem a ansiedade);
as principais drogas pertencentes a esta
classificação são os benzodiazepínicos.
Exemplo: Diazepan, Lorozepan, etc;
opiácios ou narcóticos (aliviam a dor e dão
sonolência). Exemplo: Morfina, Heroína, Codeína,
Meperidina, etc;
inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores);
Cloropromazina, levopromazina, procorperazina, haloperodol;
Meprobamato, clordiazepóxido, mafenezina.
Psicoanalépticos ou estimulantes da atividade do SNC
Distribuem-se em dois grupos: psicotônicos e euforizantes. Os
psicotônicos têm ação antagônica a dos
depressores do sistema nervoso, sendo também dotados de
ação energizante, anti-astênica e estimuladora. Os
euforizantes são drogas que estimulam, mas depois deprimem a
atividade psíquica.
anorexígenos (diminuem a fome);
as principais drogas pertencentes a esta
classificação são as anfetaminas. Exemplo:
Dietilpropina, Fenproporex, etc;
cocaína;
piprador, imipramina;
álcool etílico, ópio.
Psicodislépticos ou perturbadores da atividade do SNC
Caracterizam-se por produzir em pessoas normais
alucinações ou despersonalização, levando a
alterações do comportamento. Dividem-se em dois grupos:
alucinógenos e despersonalizantes.
De origem vegetal:
- mescalina ( de cacto mexicano);
- THC (da maconha);
- psilocibina (de certos cogumelos);
- lírio ou trombeteira ou zabumba ou saia branca;
- mexalona, banisterina, bufoyrmina.
De origem sintética:
- LSD-25;
- "êxtase";
- anticolinérgicos [ Artane (R), Benty (R) ].
Formas de consumo de drogas:
Via oral (Ex: comprimidos e bebidas)
Intravenoso (drogas injetáveis)
Via nasal (Ex: cocaína e cola)
Tipos de usuários:
Segundo a UNESCO, são quatro os tipos de usuários:
Experimentador - aquele que usa uma ou poucas vezes vários
tipos de droga, por curiosidade, pressão do grupo de amigos, em
geral logo abandonando-as. Muitos adolescentes estão nesse caso;
Ocasional - usa somente quando tem a droga disponível. Numa
festinha, por exemplo, ou na casa de um amigo;
Habitual - já apresenta dependência, precisa da droga,
mas ainda não apresenta rupturas sociais importantes (por ruptura
social entende-se deixar de ter atividades habituais como namorar,
praticar esportes, estudar, trabalhar...);
Dependente - vive apenas para o consumo da(s) droga(s) que utiliza.
Apresenta rompimento forte dos vínculos sociais, tendendo à
marginalização e ao isolamento. Em geral, já
começa a apresentar sintomas de dependência física e
moral. Fase na qual todos os métodos são válidos
para conseguir a droga.
Tipos de drogas quanto ao custo:
Essa classificação, obviamente, refere-se ao custo de
venda da droga:
Droga dos ricos - também chamadas de drogas do Primeiro
Mundo ou da opulência, são consumidas pela faixa social de
alta renda basicamente. São algumas delas: cocaína,
calmantes, LSD, ecstasy, anfetaminas;
Drogas da miséria - crack, heroína, inalantes (cola
de sapateiro, éter, gasolina), codeína.
O álcool, a maconha, a nicotina, a cafeína e os
barbitúricos têm presença constante em todas as
classes sociais, sendo que alguns desses têm
aceitação da sociedade, sendo considerados drogas apenas em
casos extremos.
A Organização Mundial de Saúde considera o uso
compulsivo de drogas uma "doença" - a dependência
química. O usuário abusivo de drogas é alguém
que está doente, não é um depravado, um sem-
vergonha, um fraco de caráter.
"No mundo atual, os adolescentes estão sujeitos a grandes
tensões e procuram prazer e alívio através do uso de
álcool, do fumo, da superalimentação, de
tóxicos e mesmo da promiscuidade sexual." - depoimento de Ayrton
Marcondez (Programas de Saúde - Atual Editora, 1983)
As drogas, principalmente as consideradas leves como a maconha e o
skank, têm uma importante função social para os
adolescentes . Eles se reúnem periodicamente para fumar, sentindo-
se assim parte de um grupo, uma espécie de clã. Sentem-se
protegidos e têm nos seus "amigos de droga" um suporte para as
inseguranças e fraquezas vividas nessa etapa da vida tão
conturbada.
ÁLCOOL
Quando falamos da ameaça das drogas que nossos jovens
enfrentam no mundo atualmente, geralmente imaginamos algum traficante
desleixado, abordando algum jovem indefeso numa rua escura, longe de
casa... Mas, por incrível que pareça, existe uma droga que
permitimos entrar em nosso lar. Fazem-na parecer luxuosa e
romântica. E os adolescentes assimilam uma mensagem: pessoas
saudáveis e divertidas jamais dizem "simplesmente não"
quando enfrentam esta droga.
Ela é a droga capaz de alterar os sentidos que mais vicia no
mundo, se medirmos isso em termos do número de pessoas viciadas na
substância. Ela é anunciada livremente em todo a
mídia; é promovida nas rádios, televisões,
revistas e outdoor. É exibida nessas propagandas como um
prêmio por um serviço bem feito, uma parte essencial da boa
vida, a companheira natural do sucesso financeiro e das grandes
decisões. Esta
droga é o álcool.
Assim como a cocaína e a heroína, o álcool
é uma droga. Ele pode alterar o comportamento, causar
modificações físicas e tornar-se um vício. E
no entanto, esta droga fica fora das discussões de
políticos sobre problemas de uso de narcóticos. É
também a droga menos provável de ser censurada pela
mídia. Por quê? A resposta é muito simples e
perturbadora. O álcool é um grande negócio. A
indústria do álcool gera uma receita de milhões de
reais. Mais do que o produto interno bruto de muitos países
menores. Através da propaganda e do marketing, esta
indústria multinacional cria imagens sedutoras das bebidas
alcoólicas e procura esconder do público que o
álcool é uma droga, causadora de doenças, que com o
tempo destrói e vicia.
O mais ultrajante de tudo, talvez, é que as cervejarias e
outras fábricas de bebidas alcoólicas conseguem patrocinar
os grandes eventos esportivos e concertos de rock que atraem enormes
platéias de jovens.
O alcoolismo é um termo usado para denominar o efeito de
bebidas alcoólicas sobre o organismo. É uma doença
que se manifesta principalmente na maneira incontrolada de beber da
vítima, a quem se dá o nome de alcoólatra. A
definição de alcoólatra da OMS é a seguinte:
"analisando os fatores etimológicos, genéticos, sociais,
culturais, econômicos e religiosos, alcoólatras são
bebedores excessivos, cuja dependência perante o álcool
é tal que eles apresentam distúrbios mentais definidos, com
seu comportamento social e econômico, com distúrbios
afetivos deste gênero, devendo ser submetidos a tratamento."
Mais de três drinques por dia, em poucas semanas, causam
mudanças destrutivas no adolescente. (30 ml de licor, 118 ml de
vinho, 355 ml de cerveja são considerados um drinque.)
A fuga à ansiedade é elemento básico na
inclinação para o alcoolismo. O alcoólatra é
um indivíduo que prefere o entorpecimento da consciência
à sobriedade, fugindo assim às suas responsabilidades.
O álcool é absorvido pelo corpo através do
estômago e do intestino e age fundamentalmente sobre o SNC embora
tenha ação sobre outras partes do organismo, como, o
fígado por exemplo.
Ao contrário do que geralmente se pensa o álcool pode
ser depressivo ou estimulante, e na maioria das vezes ele funciona como
um depressor da atividade do SNC.
Sinais de uso
Falta de parâmetros no comportamento, diminuição
do autocontrole, falta de coordenação motora,
reações mais lentas, fala enrolada, às vezes perda
de consciência, diminuição das funções
mentais, como a capacidade de reagir, de aprender e de tomar
decisões, perda de produtividade na escola e no trabalho.
Efeitos a longo prazo
Cérebro - Destruição permanente de
células nervosas, perda de memória, confusão mental.
Coração - Pressão alta, aumento das batidas do
coração.
Fígado - Atrofia acentuada e grande probabilidade de
infecção.
Órgão sexual - Impotência (impossibilidade de
manter relações sexuais) e infertilidade.
Pâncreas / intestino - Inflamação e
diarréia.
Estômago - Inflamação e úlcera.
Músculos - Fraqueza e perda de tecido adiposo.
Se a dosagem de álcool for alta e ingerida por muito tempo o
usuário pode chegar a ter convulsão, após
alucinações. Porém, ao interromper a ingestão
desta droga poderá aparecer a mais grave
manifestação da Síndrome de Abstinência, ou
seja, o delirium tremens ou DT.
Durante o DT as alucinações reaparecem e de forma
muito aterrorizante e realista (o alcoólatra vê animais e
tem a sensação, em lugares fechados, de que as paredes se
movem indo ao seu encontro). A temperatura do corpo sobe e a pessoa fica
muito agitada. Se o sistema do organismo que controla a pressão
sangüínea já estiver muito afetado, o DT pode provocar
a morte.
O álcool é uma droga potente e amplamente usada que se
tornou causadora da 3ª doença que mais mata no mundo. Muitas
vezes ela é motivo de outras doenças.
Porém, o álcool não entra na grande maioria das
pesquisas sobre drogas porque, se entrasse, ganharia disparadamente no
índice da droga mais usada no mundo.
O alcoolismo é uma doença compulsiva em que,
através de depoimentos dos próprios dependentes, se
descobriu que estes perdem o controle sobre o álcool, após
o primeiro gole.
Segundo o Comitê de Peritos da OMS em
Farmacolodependência, os problemas relacionados com o consumo
excessivo de bebidas alcoólicas são os seguintes:
Aumento da mortalidade - as pessoas que têm um consumo
médio diário de 150 ml de álcool absoluto, possuem
elevado risco de sofrer de cirrose hepática. Esta doença do
fígado é causa de morte. A taxa de mortalidade por qualquer
causa, entre os que bebem excessivamente, é quatro vezes maior que
na população em geral.
Acidentes de tráfego - o grande número de acidentes
de tráfego, tendo como causa o ato de dirigir alcoolizado, tem
requerido, em diversos países, o estabelecimento de programas
preventivos contra essa causa de acidente.
Repercussões de ordem econômica - as
repercussões de ordem econômica são várias: os
gastos dos serviços de saúde no tratamento de enfermidades
relacionadas com o álcool, o alto custo que representam os
problemas provenientes do uso do álcool para as indústrias
e programas de assistência social e o custo com os acidentes de
tráfego.
INALANTES
São substâncias voláteis, vendidas legalmente e
utilizadas indevidamente como drogas, ao serem inaladas.
O fato de serem compostos legais produzidos, distribuídos e
vendidos com múltiplos fins, dificulta a prevenção
de seu mau uso. Tais substâncias são encontradas em produtos
de uso domésticos e industriais, como aerosol, gasolina, cola de
sapateiro, solvente de pintura, tintas, éter, clorofórmio,
laquê, esmalte de unha... Existem, ainda, preparados conhecidos
como "cheirinho da loló", "lança-perfume"...
Efeitos dos inalantes
Interferem na respiração, podendo causar asfixia e
morte súbita por parada cardíaca, ao privar o
cérebro de oxigênio; sensação de
estrangulamento; tornam irregulares os batimentos cardíacos;
causam danos à visão e lesão nas células do
fígado; prejudicam a memória e a capacidade de pensar com
clareza; comportamento violento, causado por distúrbios
orgânicos; alucinações. O uso prolongado de inalantes
causa lesões cerebrais irreversíveis.
Em relação à cola de sapateiro, Darcy Ribeiro
(Partido Democrático Trabalhista - RJ) está certo de que
existe uma indústria que já faz cola em frascos pequenos,
próprio para o consumo e não para o uso de sapateiros.
Ele quer que fabriquem uma cola sem cheiro já que é o
cheiro que atrai meninos e meninas de rua e até mesmo adolescentes
de classe média.
"Foi assim com a filha do nosso grande poeta Moacir Feres que morreu
cheirando cola no Rio", diz Darcy.
O cheiro da cola é tão atraente que ela é o
começo do vício. Para os menores carentes, essa droga
é um meio de matar a fome por um período de tempo.
A cola de sapateiro foi detectada pelo CONEN como uma das mais
usadas no Rio de Janeiro e uma das mais danosas ao ser humano.
Segundo o Sr. Aurélio Santa Sé, a cola é uma
droga extremamente tóxica e é difícil afirmar o
tempo de vida dos usuários. A overdose depende da forma como se
usa e o porquê do uso (suicídio ou não). Está
entre as drogas que causam dependência.
MACONHA
A maconha é um alucinógeno obtido do cânhamo,
planta que se assemelha a um capim alto. Cientificamente, a maconha
é chamada de Cannabis Sativa ou Cannabis Indiana. Em outros
países chama-se de: Hashish, Bangh, Ganja, Riamba, Marijuana. Ela
já é conhecida há pelo menos 5000 anos, sendo
utilizada quer para fins medicinais, quer para produzir risos.
Seu uso é amplamente disseminado entre os adolescentes em
virtude de seu preço e de poder associar-se ao fumo, podendo
também ser ingerida com alimentos e bebidas.
A maconha é usada sob a forma de cigarro e não produz
dependência física, razão pela qual o viciado
não precisa aumentar a dose para continuar sentindo seus efeitos.
Em função do uso abusivo por causar
sensações estranhas, ela foi proibida praticamente em todo
o mundo ocidental nos últimos 50-60 anos.
É recomendada em duas condições
clínicas: contra náuseas e vômitos causados pelos
medicamentos anti-câncer ou epilepsia (doença que se
caracteriza por convulsões ou "ataques").
O efeito da maconha varia de pessoa para pessoa. O THC
(Tetrahidrocanabinol) é uma substância química
fabricada pela própria maconha, sendo o principal
responsável pelos efeitos da planta.
Sinais de uso e efeitos a curto e longo prazo
A maconha pode causar danos físicos e psíquicos.
Os físicos são:
Olhos avermelhados, boca seca, taquicardia que pode variar de 60-80
batimentos ou 110-120, ataxia, inflamação das mucosas,
aumento do apetite para substâncias adocicadas.
Os efeitos psíquicos são:
Euforia, confusão mental, irresponsabilidade, irritabilidade,
agressividade, sensação de relaxamento, vontade de rir,
sentimento de angústia, temor de perder o controle da
cabeça, problemas na memória e na atenção,
perda da noção de tempo e espaço, delírios e
alucinações (manifestações mentais pelas
quais a pessoa faz um juízo errado do que vê ou do que ouve,
por exemplo ter a sensação de perseguição).
Os chamados "efeitos crônicos" são de maior monta:
Problemas nos pulmões devido ao alto teor de alcatrão
da maconha, diminuição do hormônio masculino levando
à infertilidade, síndrome amotivacional, ou seja, interfere
na capacidade de aprendizagem e pode induzir a falta de vontade de fazer
qualquer coisa.
O Brasil é o maior produtor de maconha e ela aparece em 5º
lugar entre as drogas mais usadas.
O JB de 11/02/94 traz a notícia do Skank, uma nova droga que
vem da maconha e tem um poder entorpecente 10 vezes maior do que a
maconha. Ele está aparecendo cada vez mais no Brasil, preocupando
os policiais da cidade. O delegado Roberto Pril informou que o consumo
desta droga aumentou, sem, no entanto, identificar em que partes do
país.
A maconha e o haxixe são parecidos, porém a
substância ativa da maconha é o THC que varia de 3% a 8%, na
América do Sul. O haxixe tem até 98% de THC e, por isso,
pode gerar uma dependência muito maior.