Maria Mariana
Sexo, para mim, antes de praticar, significava puro sonho. Lembro das minhas fantasias:
Eu me imaginava dançando, linda, com um vestido bem transparente, e ele assistindo de longe, apaixonado! Sensualmente, eu ia tirando peça por peça de roupa. O cenário tinha luar, lareira, velas e muito vinho. A trilha era baseada em algum filme de amor que eu tivesse visto na época. Ele então se aproximava e dizia:
Eu te amo, você é a mulher mais linda do mundo! Eu fazia um charme e não respondia. Depois, dançávamos nus e nos tocávamos muito lentamente. Cada toque era uma bomba atômica no meu corpo.
Quando chegava a parte do sexo em si, eu morria de vergonha e medo só de imaginar. Ent&atide;o cortava essa cena e pulava correndo para o final.
_Nós comendo morangos, ele dizendo que tinha sido a melhor noite de sua vida. Depois de um beijo caloroso, me pedia em casamento e eu logo vislumbrava nossos filhos, lindos e pequeninos, correndo para nos abraçar.
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Edmardo Galli
A verdade é que as meninas são definitivamente românticas. Sonham com o príncipe encantado chegando num cavalo branco etc. Qualquer coisa mais sexual as deixa assustadas.
Até aí tudo bem, é lindo que elas sejam assim, mesmo que exageradamente. Nenhum problema, se isso não tivesse me atrapalhado tanto numa época da minha vida.
No meu primeiro namoro, foi uma complicação. Eu estava muito interessado em transar. Para dizer a verdade, eu estava desesperado para transar! O tesão não saía da minha cabeça! Eu nunca tinha feito sexo e não podia esperar mais. Definitivamente, não podia esperar mais! Mas tive que esperar, ela era virgem e estava indecisa. Ah, como a gente brigava por esse motivo.
Vocês conhecem bem isso, não é?: a tal famosa fase de conflito no namoro. O menino sempre decide transar antes da menina, e então pinta o problema: a menina quer esperar e o menino, não.
Que coisa difícil!
Bom, lá estava eu namorando. Era um namoro só de beijos e amassos. Era muito gostoso, não posso dizer que não, mas em termos prático não resolvia o meu impasse sexual. Era um desespero, e eu só via duas saídas: transar com prostitutas ou resolver o problema com uma coleção de revistas Playboy
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Mulher é um bicho muito bobo!
Tanta imaginação para nada! Na verdade, a minha primeira transa foi muito diferente disso. Perder a virgindade era para mim uma coisa tão complicada, mas tão complicada, que foi mais fácil com uma pessoa que eu não amava de verdade. Maluquice, né? Hoje em dia me arrependo, teria feito tudo diferente se pudesse voltar no tempo.
Para mim existe uma lei (que respeito muito, porque sei que é através dela que consigo ser uma pessoa feliz e equilibrada): manter sempre um contato profundo com as minhas verdadeiras emoções e suas razões! Não importa que atitude eu tome, se ela é coerente com a minha emoção, está certa!
Na adolescência eu não sabia disso, e então não me preservava, não me respeitava, não lutava para realizar as fantasia da minha imaginação.
Tudo acontecia na velocidade da luz: ficar menstruada, amar pela primeira vez, dar o primeiro beijo, perder a virgindade etc.. Eu imaginava que iria poder viver muitas outras vezes esses momentos na vida. Estava certa de que nada disso tinha muita importância. Só quando a gente amadurece é que aprende que cada momento na vida é único e insubstituível. Que deve-se viver com liberdade cada minuto, sugar toda a essência da vida.
Galli foi realmente o meu primeiro amor. O que sinto por ele nunca tinha sentido antes, e é isto o que eu chamo de amor. é claro que transar com ele pela primeira vez foi como perder a virgindade. Porém eu jamais passarei outra vez por aquele primeiro encontro com o sexo, assim como jamais vou transar com o Galli.
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Fazer sexo com profissional era uma coisa que me assustava. Fora o problema da AIDS, que na época era menor, mas já dava medo, todo mundo dizia que elas eram grosseiras, faziam tudo mecanicamente e queriam que você acabasse logo. Com toda certeza seria muito traumatizante para a minha primeira vez. Conclusão: fui obrigado a conviver com as revistas durante muito tempo. E minha parceria com a Playboy foi o que me ajudou a agüentar a barra até ela se decidir.
O pior de tudo é que esse impasse não tem solução. A palavra chave é paciência. Da mesma forma que a gente tem que ter paciência enquanto vocês, meninas, se decidem, vocês também têm que ter paciência conosco. Nós somos, nessa fase, literalmente controlados pelo tesão. Não transar com a própria namorada é uma frustrante e dolorosa ducha de água fria na nossa determinação sexual. Tenham paciência conosco, por favor.
Hoje eu estou casado e não enfrento mais esses problemas, mas até hoje sinto saudades. Ahhh, minha querida Carla Camurati, minha linda Maitê Proença, minha Vera Fisher, Luiza Brunet, Vanusa Sppindler, Cristiana Oliveira.
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