Tecido Adiposo



 

        Para desenvolver minha massa muscular passei a ingerir mais ainda ovos fritos, arroz, feijão, macarronada, bastante pãozinho com geléia até colheradas de mel. Leite, sempre à vontade, devo dizer que consegui o que queria. Fiquei forte, corajoso, passei a erguer coisas que antes nem conseguia mover. O braço ficou grosso, o peito inchado....parecia um touro. Mas aí, sem querer, um amigo me arrasou! Ele me olhou e disse: "João, você ficou bem forte! Meus parabéns! o que não estou achando legal é essa gordura na sua barriga....na frente, dos lados e até nas costas. Você precisa melhoras o seu visual" Ele tinha razão. Como eu passei a comer bastante, a gordura foi-se acomulando na região do umbigo, por todos os lados....
        Eu até podia sentir essa gordura, apertando-a entre os dedos da mão. Comecei a ficar preocupado, ansioso e até um pouco deprimido. Puxa vida! Eu me esforcei tanto para chegar até aquele peso e agora consegui toda essa gordura extra! o que fazer??

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Analisemos esse caso:

        O personagem chamado João enfrenta um grande problema: Caso perder gordura de um modo desorientado e exagerado poderá perder também os músculos fortes que foram formados à custa de tanto esforço. Em outras palavras, o João poderá "queimar" a gordura, mas também estará "queimando o tecido muscular. Por que isso ocorre? Como acontece o processo? Vamos procurar a explicação.
        Os aminoácidos podem funcionar como elementos formadores de energia química, isto é, na ausência ou deficiência das principais fontes energéticas (carboidratos e gorduras), os aminoácidos são "quebrados" e usados para o músculo obter energia. Tudo isso ocorre na célula por que uma "coisinha" chamada ATP (edenosina trifosfato) é a responsável pela energia que "movimenta" os músculos.
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Quebrando uma ligação

        Sai o fosfato inorgánico e obtém-se energia que estava na ligação deste fosfato. ATP (3 fosfatos) ADP (2fosfatos).
        À medida em que João "encucá" que vai perder gordura de qualquer jeito e passar a correr todos os dias, andar o máximo possível duranto o serviço, comer o mínimo possível só para não "morre de fome" (pela manhã toma apenas um cafézinho, no "perigoso" almoço como só meio sanduíche e assim por diante..) ocorrerá catabolismo muscular (destruíção das proteínas musculares para a obtenção de aminoácidos e, em seguida, energia). Experimentos demonstraram que dietas com pouquíssimas calorias levam à queda na coordenação motora, diminuíção da capacidade e da vontade, decréscimo da força geral e da velocidade. Além disso, observou-se uma perda de nitrogênio (degradação protéica) proporcional à deficiência calórica e protéica.  Sabe-se que, quando os exercícios são realizados com intensidade em torno de 40 a 50 vo2 Max, as gorduras são "queimadas"  de modo preferencial em relação aos outros nutrientes energéticos, isso, na prática, corresponde a corridas de média e longa distância, trabalhos prolongados na bicicleta etc...Em uma experiência realizada nos Estados Unidos - atendo-se à intensa restrição calórica - ficou demonstrado que a redução média na massa muscular era intermediária entre a diminuíção de peso corporal e a queda da gordura corporal. Exemplificando: se o peso corporal se reduz de 70kg para 58kg, (diferença igual a 12kg) e a gordura corporal se reduz a 5kg, então a perda de massa muscular fica num valor dentre 12 e 5kg, (por exemplo perda de 7kg de músculos). O máximo que se pode perder, pois por semana em peso corporal é 1kg. Perdas acima disso acarretarão perda comitante de um terço de músculos.
        Lembre-se, a balança é sua melhor amiga nesses casos, contudo para se perder esse máximo de 1kg por semana (através de exercícios), é preciso que haja uma dieta correta, ou seja, é necessário o fornecimento de carboidratos (preferencialmente os complexos e de baixo índice glicêmico) numa quantidade razoável que forneça energia para o trabalho muscular e evite quebra de aminoácidos para que o processo de destruíção das proteínas musculares (que ocorre durante os exercícios) seja reduzido ao mínimo possível.
        Mas voltando ao nosso João... ele precisa também aumentar progressivamente a velocidade e o número de repetições dos exercícios "para perder barriga" - séries abdominais em pranchas, banco romano, aparelhos "twister"  e outros.
        Nos últimos anos diversos autores tem demonstrado que a alimentação bem oritentada e os exercícios físicos, são os melhores fatores para a perda de tecido gorduroso.
        É lógico que se deve reduzir ao máximo a ingestão de massas açucaradas, farinhas, derivados de leite e da própria gordura...compensando a alimentação com carnes brancas (frango magro, peru, peixe), legumes, frutas, verduras, aveia, grãos integrais. Ao usar óleos deve-se dar preferências aos vegetais (de soja, arroz oliva e girassol).
        Para se ter uma idéia de quanta gordura pode-se estar absorvendo sem dar conta, atentemos que certos alimentos comuns no dia a dia da maioria das pessoas, apresentam um alto índice de gordura: manteiga 80 a 83% e queijo 26 a 34%.
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        Algumas observações que ainda podemos fazer:

        # Ingerir 5-6 refeições diárias com quantidades adequadas dos diversos alimentos recomendados.
        # Nos dias em que não houver qualquer tipo de treino, reduzir bem a quantidade total de calorias ingeridas.
        # Evitar refeições rápidas nas quais não se conhece a proporção dos ingredientes empregados. Ex: X-Tudo (X-Salada, X-Bacon, etc....), sanduíches de presunto e queijo, coxinhas, pastéis, empadinhas e outros tantos.
        # Aqui entre nós...acho que o João já começou a por em prática as orientações gerais aqui representadas!